segunda-feira, 30 de março de 2015

Views on the movie 2001 A Space Odyssey

Thinking about the future have been a constant act of West people. In the Cinema it doesn’t different. Many films in all his history had approach this theme. Some them were been classical. Indeed, this is the case of the Stanley Kulbrick’s “2001 – a space odyssey”. This is an 1968 epic fiction film. Its sixties years store about the life in the future 2001. 
The main question into the film is the human relationship to technology. Two astronauts is going to the Mercury planet in a space navy governor by a computer called Hal. The space adventures had been good until a problem was had identify by controller room in the Earth. The program computer had have with a tilt. Though, Hal, an intelligent and sensitive computer that govern all the things and acts into de the navy, don’t declare that him were a hard difficult; Hal, however, declared that him hadn’t anything problem and which difficult were by the humans, the Earth’s controllers or the astronauts. Well, indeed this is a metaphor from human life and its relationship with technology since the early times of men. We would been slavers both of the knowledge technics and technologies things. The first technology object, perhaps, a staff of bone or wood, which changed our ancestral in man, also made us a kind of animals that had been extremely dependent of technology. The great worth of 2001 a space odyssey is the fact of director´s were back to the dawn of the man for tell us about this thrilling stuff connection.
I think this is one of most important and cult movie of the history. They special effects are crazy and amazing and they inspired the new generation of directors films about science fiction, who renovate the science fiction’ movies in seventies. The Kulbrick’s creativity products a new paradigm for the films of mass. And A Space odyssey deserves to be seen by audiences all the age. It is a perfect exhibition of the way of cinema tell a history, the pioneering technical effects and the connection between images and sounds is so perfect. It almost does not have dialogues, they are minimal, but the images and the sounds talk us more best.

On the other hand, pay attention, the 2001 film is exceptionally ambiguous and slowly. It couldn’t be different, symbolically you’ll watch the long Earth odyssey in space, according to view of the writers of this script. Good movie session.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

norbert elias - fragmentos de um fichamento

Fonte imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv6F75ea-fTVUfoDk-lOyJJe4232gU0ohyvtWouEP5pm7cmL6XZtVsxqgNOtlZ-1yxcxGLGh0xrbVM_YwhvzNyPWnHa9rtd-PCVtU9IlqVAKVMaHf1XrkPWkhTk2sc9CSlIO1-1Rw1kqY/s1600/Integra%C3%A7%C3%A3o.jpg





Na discussão das relações entre indivíduo e sociedade, Elias já em 1939, aponta as dificuldades de se entender o que são indivíduos e o que é a sociedade e, por extensão, as dificuldades para transpor o abismo teórico que se instala entre essas duas noções. Reproduzo abaixo um pequeno trecho que ajuda a entender um aspecto particular do que é de fato a democracia Ocidental e os seus limites quanto as mudanças sociais que muitos de nós acreditamos ser necessárias para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.




[...] No Ocidente, as pessoas não se reuniram, num determinado momento, como que vindas de uma situação desprovida de relações, para, através de uma votação expressando a vontade da maioria, decidirem distribuir, de acordo com o esquema atual, funções como as de comerciante, diretor de fábrica, policial, operário. Ao contrário, as votações e eleições, as provas não sangrentas de força entre diferentes grupos funcionais, só se tornaram possíveis, enquanto instituições permanentes de controle social, quando aliadas a uma estrutura muito específica de funções sociais. Por baixo de cada um desses acordos cumulativos há, entre essas pessoas, uma ligação funcional preexistente que não é apenas somatória. Sua estrutura e suas tensões expressam-se, direta ou indiretamente, no resultado da votação. E decisões, votações e eleições majoritárias somente podem alterar ou desenvolver essa estrutura funcional dentro de limites bastante estreitos. A rede de funções interdependentes pela qual as pessoas estão ligadas entre si tem peso e leis próprios, que deixam apenas uma margem bem circunscrita para compromissos firmados sem derramamento de sangue – e toda eleição majoritária é, em última análise, um acordo desse tipo. (ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 1994.ELIAS, 1994 [1939], p.22-23).

sábado, 12 de janeiro de 2013

PALHACO DE REI, por Ditão Virgilio




Vou eu com meus sonhos
Buscar o seis de janeiro
Festa com Santo Reis
Tarde e noite o dia inteiro
Pedir oferta pro povo
Para ajudar o Festeiro

Vinte e cinco de dezembro
Começa a caminhada
Folia vai de casa em casa
É difícil a jornada
Todas as noites visitar
A linda Família Sagrada

Primeiro chega na casa
O mestre um verso faz
Pedindo pra abrir a porta
No canto trazendo a paz
A visita dos Santos Reis
Revigora e a fé se refaz

Palhaço fica atento
Quando a porta se abrir
Entregue a Bandeira
Ao primeiro que sair
Representante da família
Está feliz a sorrir

Quando o mestre canta
Tem que prestar atenção
O verso tem significado
Mostrando a intenção
Trovas feitas no repente
Pro santo de devoção

Saúda o Menino Jesus
Seus pais Maria e José
Santos Reis e os Pastores
Devoção e muita fé
Palhaço vai dançando
No equilíbrio do pé

Brincando com as crianças
Moço e moça que ali estão
Faz versos e trapalhadas
Mais sempre com atenção
Na hora da oferta
Mostra quem a deu então

Versos de agradecimento
Pede para o mestre fazer
Ele faz a reverência
Pra quem ajuda oferecer
Deus dará o Reino da Glória
Lá no céu quando morrer

Chega o dia da festa
Palhaço vai se enfeitar
Com máscara e chapéu
Roupas de chita trocar
Pra passagem da coroa
Que agora vai começar

No seu cavalo de sonhos
Os versos interpretar
Coroar Rei e Rainha
Quando o mestre mandar
Vai cumprir o ritual
Então ele põe-se a pensar

A coroa representa
Coroar o povo inteiro
Belas e ricas cabeças
Onde todos são festeiros
Consagrar a tradição
Os Santos Reis verdadeiros

Os olhos se enche d’água
Fazendo o sorriso brotar
As lembrança do passado
Mestre não vai voltar
Onde a voz dele ecoa
Fazendo a vista embaçar

O pensamento vai longe
Voltando lá no passado
Foliões que já se foram
Coração tá abafado
Lembrança dos companheiros
Que já cumpriram a jornada

Lá vai o palhaço feliz
Do seu jeito de fazer
Como num passe de mágica
Para o mestre obedecer
Erga e mostre a coroa
Para todo o povo ver

Agora o grande momento
Do festeiro novo coroar
Também da linda Rainha
A coroa vai colocar
Acalentando a cultura
Manter pra não acabar

Palhaço chama atenção
No que vai acontecer
Cultivar sua raiz
Não deixar desaparecer
Assobia, dança e grita
Pra tudo isso não morrer

O palhaço está chorando
Mais não dá pra perceber
A máscara cobre-lhe o rosto
Assim ninguém pode ver
Lágrimas mistura ao suor
Parece um pio a correr

O choro vai sendo engolido
A voz não pode mostrar
Que ele está fraco e ferido
Disfarçando se põe a dançar
Vai viajando no tempo
Pra novas forças buscar

O palhaço já se cansou
De tanto pedir ajuda
Pra manter a tradição
Mais as coisas não muda
Seu grito e um lamento
Pede pra alguém que acuda

Não deixe morrer a raiz
Que nasce espontaneamente
Não pode secar a fonte que brota da alma da gente
Se não cuidar com carinho
Não vai vingar a semente

A árvore que faz a cultura
Não está sendo regada
Ta escasseando os frutos
Ela já está condenada
Se as sementes não brotarem
Então acaba a jornada

As plantinhas que aparecem
Logo são engolidas
Por um grande dinossauro
Que chega às escondidas
Dentro dos computadores
Mudando então suas vidas

As plantinhas bem cuidadas
Suas raízes fincarão
Vai ficar impregnadas
Travadas no próprio chão
Então esse dinossauro
Elas não arrancarão

As sementes estão fracas
Suas raízes perdendo
Porque o que vem da fonte
Jorra pouco está morrendo
Está fraca igual o palhaço
Pouco a pouco adoecendo

As lágrimas suor do palhaço
Como um rio já desceu
Passou por todo obstáculo
E foi parar no museu
Lá vai ficar na lembrança
O que era lindo morreu

Ergueu a coroa e voou
Foi coroar no espaço
Aquela estrela bonita
Que iluminou seus passos
Lá mora o Rei dos Reis
Coroe ele palhaço

Usou a coroa de espinho
Não quis coroa de ouro
Leve a coroa de Flandre
Para ele será um tesouro
Quando abrir a porta palhaço
Os anjos cantarão em coro

Diga a ele que lutou
Com as autoridades da terra
Mais aqui gastam riqueza
Para alimentar a guerra
Fabricam a violência
A paz do mundo enterra

Lembre das ordens do mestre
E vá cumprir mascarado
Mantenha sempre humilde
Dance e não fique parado
Lembre que os três reis
Vais estar sempre ao seu lado

Incenso ouro e mirra
Que levaram de presente
Por isso são abençoados
Os três reis do Oriente
Você ofertando a coroa
Jesus vai ficar contente

Faça pra ele um verso
Mostre a máscara e dance
Você é um velho guerreiro
Que de brigar não se cansa
Lutar por sua cultura
Nunca perde a esperança

Dê um abraço a todos
Que a cultura mantém
Direta ou indiretamente
Aqueles que gostam também
Você é o Rei dos palhaços
Os anjos digam amém

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Você Gostaria que alguém invadisse seu quintal?"


A pergunta mais idiota que alguém pode fazer sobre o caso do #Pinheirinho

Gostei muito de uma resposta que um amigo forneceu num grupo de discussão de uma rede social. Tomo a liberdade de reproduzi-la aqui porque ela traz um pouquinho da história daquela área (que não cumpria sua função social e momentaneamente voltou a não cumprir), que fica num bairro chamado Campos dos Alemães, na cidade de São José dos Campos - SP. Vamos à resposta do Vinicius:

Vinicius Cesca: posso ampliar sua questão? Quem invadiu primeiro aquele terreno? A policia, os moradores, o Nahas, a familia alemã que tinha lá uma fazenda, os portugueses, os indios, algum hominideo? Quem define quem tem posse sobre aterra? Qualquer decisão, neste sentido, é arbitrária e relativa, nunca absoluta.
Mas tratando da sua questão de forma mais imediata. Até o final da década de 60, existia naquele terreno uma fazenda, na qual residia uma família alemã. Eles foram todos assassinados em 1969 e não deixaram herdeiros. Isso tudo antes do Naji Nahas sequer chegar ao Brasil. Até que no começo da década de 80, aparece um registro de propriedade em seu nome. Desde a morte da familia alemã, o terreno ficou abandonado, sem nenhuma forma de uso. Até que em 2004, algumas familias sem teto passaram a morar no local, fazendo o sr. Nahas se lembrar do terreno que se suspeita que ele tenha grilado. Quem é o invasor neste caso?

domingo, 23 de outubro de 2011

O voto obrigatório e a produção de príncipes: o vereador de Taubaté e a lei contra a compra de votos

Um caipira em Bariloche ou Aracajú

Direto da terra do escritor Monteiro Lobato, região que o inspirou na criação de Jeca Tatu, um contemporâneo vereador viajou para Aracajú para participar de uma programação oficial da escola legislativa do Senado Federal. Encantado com o luxo do hotel onde ficou hospedado, fez declarações entusiasmadas e polêmicas num grupo de discussão da política local no facebook que o levaram aos telejornais nacionais e aos principais jornais impressos, diante da indignação que provocou entre os internautas conterrâneos. O grande problema da polêmica declaração que o "esperto" vereador, pequeno príncipe tresmariano, “um caipira em Aracajú” (perdoe a lembrança de Mazzaropi e Lobato), escreveu não está tanto no seu surto de sinceridade, a revelação de que leva vida de marajá à custa do dinheiro público [Leia aqui o teor da declaração e aqui a repercussão e “justificativa”]. Ele e os demais políticos que não declaram, quando "à serviço", possuem por direito (injusto?) essas regalias. Para mim, o cerne problemático da mensagem postada está no fato de que esse "estupefato" [sic] (como ele sempre gosta de dizer) reconhecimento queria e quer justificar seu assistencialismo-clientelismo e “coronelismo”. Agradeço ao povo essa vida de príncipe que me deu e por isso “trabalho” 24 horas [fazendo atendimentos e pequenos favores com sua “ambulância” e seu automóvel utilitário] para o povo. Ou literalmente: “Eu vivo disso, atendo o povo 24 horas por dia, fico disponível para eles". A parte da ambulância e dos carretos é declarada e documentada em outras mensagens na página virtual do prestativo representante do povo. Como o cordial “amigo de verdade”, ele crê, se bem que desconfio de sua inocência nesse quesito, que retribui o salário e regalias que o povo lhe dá com favores pessoais, desvirtuando toda a lógica da impessoalidade do serviço público. Mas vamos aos fatos por trás da sinceridade.



Entre outras estripulias midiáticas e de longa data, o edil Rodson Lima (PP) num protesto "em defesa dos mototaxistas" da cidade de Taubaté.



A lei contra a compra de votos e a campanha permanente

Em 1999, a Lei 9.840, que tipificou a compra de voto (grande marco da mobilização popular contra a corrupção eleitoral) foi votada e vigorou já em 2000. Desde lá, 660 políticos em todo o Brasil foram cassados pela prática de compra de votos (pouco, diante do casos que conhecemos, mas um avanço). Essa é a ideia da Lei, segundo a íntegra de seu artigo 41-A: "Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de 1 mil a 50 mil Ufirs, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar 64/90." Conheça a Lei aqui.

A Lei 9.840 não pune as práticas realizadas e declaradas pelo nobre edil simplesmente porque elas ocorrem fora do período eleitoral. Esse triste e trágico exemplo que um político de Taubaté trouxe para o Brasil é sintomático. Revela que precisamos aperfeiçoar esta Lei. Rodson Lima afirma que "ajuda" o povo, mas não pede voto em troca. E eu me pergunto, precisa pedi-lo explicitamente? Quem conhece o povo simples do Paiol (onde ele reside) ou dos bairros rurais e periféricos de Taubaté e de toda a região do Vale do Paraíba, quiçá de todo o Brasil, sabe como funciona a cultura política nacional. Um poste de energia entregue e um "estou às ordens, conte comigo, assim como eu conto com você". Vale mais do que qualquer contrato escrito e explícito passado em cartório. Na vida cotidiana vigora a lógica pragmática do "garantir o meu sustento de hoje"; cidadania, muitas vezes está restrita ao ganhar o almoço e até mesmo, em alguns casos, levar vantagem imediata, ainda que pequeníssima e com graves consequências futuras. Vigora também a honra da palavra, do dom e contra-dom, da obrigação de retribuir o favor, no momento da eleição, não importa se ela acontecerá neste ano ou daqui a quatro anos, esse compromisso é coisa que não se esquece. Com seis assessores de livre nomeação para cada vereador e um universo tradicional destes, ressalvando-se raras exceções, não é preciso fazer muito esforço para entender porque, apesar da “produtividade” insignificante quanto ao trabalho de fiscalização do executivo e promoção dos direitos sociais, onze dos quatorze vereadores de Taubaté foram reeleitos no último pleito municipal.

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Esse princípio da obrigação de retribuir o favor é constituinte do Brasil desde o seu primeiro dia de "vida", naquela praia onde portugueses e índios trocaram presentes em sinal de "aliança" entre parceiros com objetivos bastantes distintos e poderes muito desiguais. Esse princípio é bastante difundido na humanidade e foi objeto das reflexões do antropólogo Marcel Mauss ainda no início do século XX (em seu texto clássico “Ensaio sobre a dádiva”). Da mesma forma, a versão brasileira desse preceito foi amplamente estudada do ponto de vista das relações políticas por pesquisadores natos, dentre os quais destaco Sergio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil - o livro onde apresenta as características do "homem cordial") e principalmente, Victor Nunes Leal (Coronelismo, enxada e voto [aqui uma resenha desse livro que diz entre outras coisas que coronelismo é compromisso de troca de favores e que "São resultantes deste compromisso algumas características do sistema Coronelista que ainda perduram em nosso país – o mandonismo, o filhotismo, o nepotismo, o falseamento do voto e a desorganização dos serviços públicos locais"]).

Ou seja, a base para a condenação destas práticas, mesmo fora do período eleitoral está dada na objetividade do “ser” brasileiro; nossa cultura política é dessa forma e é plenamente conhecida e reconhecida, basta vontade e coragem política aos operadores da Lei deste país para agir contra a compra de votos.

Práticas clientelistas e impunidade judicial

Também foi muito significativo o fato de o referido vereador ter feito tais declarações polêmicas (mas há outras muito piores do que esta; consulte sua página no facebook) exatamente no dia (20/10/2011) em que a Justiça da cidade de Taubaté proferiu a sentença final do caso da venda de órgão de Taubaté, após 25 anos de arraste do processo [Aqui você entenderá o caso "Kalume"]. Apesar da condenação de dois dos três médicos (um deles já faleceu) à pena de reclusão por mais de 17 anos, a notícia de que poderão ainda recorrer em liberdade é sinal claro ao vereador de Taubaté e seus colegas que a impunidade é quase certa, ou a condenação será infinitamente distante no tempo; em São Paulo, o caso do Sr. Paulo Maluf é outro doce alento aos políticos corruptos. Aliás, não é preciso nem comentar aqui que o Vereador Rodson Lima (PP) é alvo de quatorze processos na justiça brasileira, sendo a maioria deles em função de prováveis crimes políticos.

Qual voto obrigatório produz príncipes?

Assim, até que a lei 9.840/99 seja aperfeiçoada, o único remédio que a sociedade tem contra essa prática de coronelismo-assistencialismo é a conscientização política destes eleitores que entendem que o sistema político é constituído por trocas de favores . Aliás, esse assunto remete a outra discussão. Muitos argumentam que a eleição de maus políticos ou políticos corruptos ocorre em função da obrigatoriedade do voto e que uma solução para garantir a qualidade dos políticos é a implantação do voto opcional ou facultativo, vota quem quiser. Por trás, desse argumento está a ideia de que, não sendo obrigado a votar, somente os cidadãos mais conscientes se disporiam a perder tempo e comparecer às urnas no dia da eleição. Mas, na verdade, esse argumento é equivocado. Em função da cultura política do coronelismo, isto é, a troca de favores, os eleitores desse político assistencialista e que tais são obrigados a votar; subjetiva e moralmente obrigados a votar nele, que lhe “deu” um par de óculos, fez-lhe um carreto “de graça”, deu-lhe “carona” até o hospital...

Portanto, contraditoriamente, a implantação do voto opcional favorecerá a eleição destes políticos que não se constrangem em comprar votos para se eleger. Não preciso lembrar ainda que quanto mais o clima for de “terra arrasada” na política melhor será para os politiqueiros. Esse clima afasta os eleitores das urnas ou do voto útil (por meio da ideia de que votando em branco estou prejudicando os candidatos corruptos) e torna mais fácil a eleição com o “obrigatório voto comprado”. Ou seja, o voto que o político-candidato compra é duplamente obrigatório: tanto pela legislação eleitoral, quanto pelo compromisso coronelista do favor. Eliminando-se a primeira obrigatoriedade, não se elimina a segunda... Ficará mais fácil assim a eleição dos corruptos e corruptores (e mais barato, pois precisará comprar menos votos para se eleger). E como fica uma Câmara e uma Assembléia com vereadores e deputados que compram votos? Presume-se que quem compra votos, também vende o seu a quem interessar. Um critério razoável para começar a escolher um bom candidato no ano que vem é descartar os que desejam comprar seu voto. Voto não tem preço, tem consequência. Pense nisso.